terça-feira, setembro 30, 2003



Bikes



Adoro bikes.
Adoro ainda mais mulheres de bike.
Joelhos que nem montanha e
Coxas que nem um trem
que atropela o sossegado motorista que
passa a sua frente.
Adoro roupas de quem pedala bike
Adoro ainda mais mulheres com uniformes para bike.
Muita cor, como primavera
Prexecas almofadadas prontas para eu descansar.
Adoro bikes.
Adoro mulheres em bike.
Ficarei esperando por ela passar e agarrar as gotas de
suor que vão chover no seu rastro

terça-feira, setembro 23, 2003

ESTOU COM OITENTA ANOS?.



A menina sempre brava e ruidosa nem viu direito as mensagens descritas naquele Blog e já foi descendo a lenha em tudo. Eu sei, é difícil cada mais retomar o passado, não como nostalgia barata, mas, simplesmente porque é importante recordar fazer valer o que aconteceu, fortalecer o futuro.
Nesse país sem graça o povo morre de chorar suas penas que são pesadas e o frio é muito maior que o cobertor disponível.
Estou com oitenta anos?, porque lembro-me de antigos amores... mas eu os tive e foram bons tenho que lembrar, as ruas, as casas e as escolas que estudei são uma referência real da minha v ida. Eu tenho uma história de vida.
Quantos vão passar pela vida e não vão conseguir contar história nenhuma, quantos esqueceram dos fatos do seu passado, quantos amores você viveu e esqueceu, se esqueceu não amou, apenas se jogou de um lado para outro sem pensar em mais nada a não ser naquele momento de emoção.
Você é a moça que aparece em meus dias, quase sempre como uma figura ruidosa, presente e sempre mantendo um conflito interminável. Se sou bom sou mau, se sou mau sou bom, e o que importa isso afinal?.
Se tenho oitenta anos estou próximo de aprender ainda mais a contar minhas histórias e o mais impressionante é que você de alguma forma sempre vai aparecer nelas.

domingo, setembro 21, 2003

Hoje começa a primavera....
acho que vou sair pisoteando algum jardim....

sensações da madrugada




Estou de frente pra parede .
Olho para baixo e uma peça cor de terra com água no fundo.
Estou esperando...
Tic tac tic tac Tic tac tic tac Tic tac tic tac Tic tac tic tac..
O relógio avança na madrugada.
Lá fora um daqueles móbiles barulhentos ecoam sem parar.
Eu estou parado, imóvel.
Pinto amolecido sem ação.
Espero
Espero
Espero
O mijo sai, a sensação é muito boa e passa pelo corpo todo.
Balanço, balanço
Percebo que não paro de pensar
Daqui a pouco vai amanhecer e o que eu vou fazer?.

"Velho demais para o Rock, jovem demais para morrer."



Jetho Tull

Comecei meu dia ouvindo essa música e achei que tinha tantas coisas em comum comigo. O rock ainda é um excelente combustível, mas não estarei eu tão velho para manter minhas rebeldias e sonhos doidos?.
Essa pergunta ainda vai ecoar na minha cabeça por um bom tempo, não é uma resposta fácil e também nem sei se quero saber de alguma coisa.
É isso, continuo sendo uma cara sem muita lógica nas suas armações e atitudes me perco constantemente e continuo achar isso normal...normal demais.
A lógica sempre foi uma parceira complicada, em alguns momentos ela rege e eu nem sinto nada, por outras.... tudo parece uma estupidez de um garoto de 20 anos. A música fala isso de talvez não conseguir ser tão rebelde, o seu corpo não obedece, mas, seu cérebro está mais afiado do que nunca e não merece morrer.
- Quantas linhas para dizer o que?
Sei que esta seria a sua pergunta natural, pequena, direta e afiada.
Eu, como você conhece, diria que adoro bons inícios , bons começos, e eu nunca consegui um bom começo com você, sem culpa de ninguém, apenas aconteceu.
Na última noite que falamos ao telefone, vi você muito longe, um tom de voz de suave mas sem gosto ou perfume, apenas palavras ao telefone.
Eu também não posso dizer nada sobre mim, ainda perdido e tentando entender o que quero fazer agora. O medo é natural quando se acha que tudo que poderia ser feito na vida já se perdeu nas mazelas do tempo. Velho demais para o rock?. Talvez o rock não corra mais nas minhas veias , mas vou ter que precisar isso, vou ter que me embebedar nessa antiga poesia minha.
Estava com um presente de aniversário, olhei, olhei, olhei, e vi somente um pequeno embrulho cheio de entretenimento e será que é isso mesmo? Temos que dar presentes e feliz aniversário e mais nada?.
Tantas respostas ainda estão perdidas pelo tempo e mesmo por nossas incoerências. Estou sozinho e atento entender o prazer dessa solidão, correr pela casa pelado assobiando uma canção, mijar de porta aberta e nem se preocupar com a tampa se está abaixada ou não, escrever poemas a hora que eu quiser.


Eu sempre fiz o que queria fazer a qualquer hora, mas, é diferente, sinto pela sua voz de cansaço, esperar coisas e situações cansa, e eu entendo traquilamente.
Sua vida é linda, você tem um filho delicioso e você a mãe que todos clamam, eu por sua vez continuo um desatinado na vida procurando qualquer coisa que me tire do marasmo da vidinha comum que acelera nossa morte.
Estive longe de você nos últimos dias mas pensei em você em todos eles, pode parecer falso, mas é a verdade cristal que se apresenta. Estou só e ainda continuo tentando entender o que quero da minha vida, talvez mais rock roll, talvez só a morte diária que se submetem a maioria dos mortais.
Sinto sua falta, sinto falta dos seus beijos, sinto falta do seu tesão, sinto falta do seu erotismo, sinto falta do seu corpo suando sobre o meu. Sinto falta.
Eu sinto que parecemos pronto para o rock e em outras só para morrer jovens demais ainda. Você é jovem, as vezes velha, mas nada tira sua elétrica presença.
Jovens e ou velhos estamos no mesmo tempo com tantos compromissos e eu não quero mais tantos compromissos.
Jovem demais para o rock , mas, jovem demais para morrer, então vivamos intensamente nossos prazeres e dores mais forte do que nunca.
Eu não desapareci, estava sempre onde você não podia ver e olhava você sempre que podia te tocar com um beijo.