terça-feira, agosto 26, 2008

O SAPO A BEIRA DO CAMINHO.

Essas histórias de sapo quase sempre são muito parecidas, eles vivem, tentam descobrir algo que seja maravilhoso e possa transparecer na lagoa em que vivem. O grande problema do mundo sapo moderno é que a maioria dos sapos perderam a habilidade fundamental que a natureza deu aos sapos, sapear.
Sapear é o ato de ficar absorto, sem fazer gestos ou caretas e apreciar os fatos que acontecem no dia-a-dia. Com redes digitais intersapos, batraquiosbooks, Tvs a sapos e tantas tranqueiras para ajudar na comunicação eis que os sapos não se comunicam mais. Que tédio anda essa vida de sapo.
E um sapo em especial andava de papo cheio disso (sapo não tem saco) queria viver uma vida de sapo normal, coachar, beliscar umas moscas e dar mole na lagoa. Só isso diriam os incredulos? Não, esse sapo é de uma estirpe antiga e ainda acreditava em contos de fada, principalmente porque nos contos os sapos sempre se dão bem, claro que quando viram ingrediente de poção de bruxa a coisa é um tanto desagradavel. Esse sapo era diferente, diferente porque queria exatamente o que todo sapo quer, as vezes não assume, o beijo da princesa.

Continua...

segunda-feira, agosto 11, 2008

SUFLAIR



DIFERENTE
DIFERE
FERE
DIFERENTE
RENTE
ENTE
QUERIDO CORAÇÃO MEU

PANTUFAS.

Olha só eu desleixado sem me prevenir de certas emoções.
Eu ditador que sou da minha solidão vivo tendo que encarar diversos grupos revolucionários dentro de mim. Os mais chatos são aqueles que vivem querendo fazer uma reunião para votar qualquer coisa, qualquer sensação nova, o cerebro meu é bem espertinho e vai enrolando e deixando para resolver sempre qualquer hora dessas.
Duro mesmo é resistir as pontadas do estômago, fica enjoado tentando jogar tudo para fora, e não adianta conversar, ele diz, aí seu trouxa porque você vive deixando as coisas passar na sua frente? E eu penso. Não sei. Como seu cerebro de merda, você não tem opinião?
É claro que esse debate doido vai por horas e com o tempo o danado lá de cima vai dando as cartas certas e passa a dominar a situação. Ultimamente ando mais preocupado, meu figado está resolvendo entrar nessa briga, e aí.... O bicho vai pegar.
Enquanto isso vou alimentando essa disputa procurando a pantufa certa e creme para maos, para o futuro, quem sabe.

sexta-feira, agosto 08, 2008

FATOS NOTURNOS

Minha máquina anda sózinha e em branco
minha máquina anda perdida pela noite
sem sono e sem nenhuma emoção aparente.
Hoje estou new...
Wave?
minha onda é clara,
quero morder seu coração.

HAI KAI

Eu bem que dizia
o sol do inverno é lindo
pena que já é tarde.




Nada como a vida
vida passa como o nada
nada é a vida.




Pérola negra
foi o sol que se foi
só lembro dos seus olhos.


segunda-feira, agosto 04, 2008

HISTÓRIA DE JANTAR E MADRUGADA

Uma mulher radiante de olhos brilhantes e jeito menina me perguntou, quase uma provocação. O que você tem de diferente?
Um silencio se fez, e ela atirando já foi dizendo, tá vendo, nem sabe, nem uma coisa para dizer... é isso.
É lindo quando você se vê acuado docemente pelas duvidas alheias. Que diferente queremos? O quanto queremos um detalhe que não se encontra nos outros? Nossa humanidade nos permite a busca incessante dessas diferenças, e vamos caminhando cada vez mais iguais uns aos outros.
Nosso desejos se assemelham sempre, desejamos uma felicidade que não conseguimos entender direito, mas que parece boa, queremos ficar juntos com outros e com alguém especial, queremos coisas e lugares para chamar de nosso, queremos um bichinho de estimação e não queremos a dor e é sempre ela que no faz crescer um bocadinho mais. Durante toda a noite de risadas e conversas todos na mesa de alguma forma ficava esperando o que eu ia dizer, escrever no guardanapo. É ele ficou numa sinuca de bico, pensaram todos. O que responder para mocinha espevitada que o tempo todo furava meu coração com a lança das suas dúvidas. Eu já te conheço viu.
Que bom, alguém me conhece, tento sempre saber qual vai ser o meu próximo passo e sempre me engano. É claro que a resposta era fácil, talvez sem muita lógica e mesmo sem graça, ou pior ainda, cheia de soberba. Que resposta mais obvia de uma pessoa que é tão igual a todos, como todos são tão iguais?
É simples, eu sou igual mas vejo todos e escrevo sobre todos, sou poeta, sou um fingidor, que finge a dor que deveras sente”, como dizia Fernando Pessoa, e se olho com os olhos do mundo, enxergo mais longe, as mesmas coisas minhas e suas.