quarta-feira, abril 16, 2008

Suicídio de Almas



Quando olho diretamente para a cena diária, olho e não entendo muito bem. Vejo um monte de sacos de carne inflados pela água vermelha que circula intensamente para pequenas peças que tentam manter esse mesmo saco de carne num ritmo feliz.
Quando começa o suicídio da alma? Em que momento passamos a deixar de ter desejos e alimentar sonhos?
É bem isso que eu sinto no dia-a-dia, a única coisa que todos conseguem é tentar descobrir quem matou Isabela? Pode isso? Todo mundo persegue um drama diário, um fato de sangue para que possa dessa forma expressar suas emoções, alguns estão indignados, outros brotam de fúria e alguns simplesmente nada acham.
Onde estão as emoções de cada um, sobre sí mesmo, sobre o seu time de futebol, suas idéias, sei lá.
O que sinto mesmo é que cada um está na sua, mas na sua espera contínua pela morte, e como são tão cheios de pudores e acreditam mesmo que se derem cabo das próprias vidas não irão para o céu, ou mesmo que eles não tem o menor direito sobre o fim delas, vão assim
flagelando, num contínuo e intenso hara-quiri espiritual.

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